MODERNO
O moderno é um conceito experimentado pela cultura ocidental. Segundo Hans Ulrich Gumbrecht (foto à esquerda), a modernidade e a modernização correspondem a uma sobreposição desordenada de uma série de conceitos diferentes.
Pode-se dividir a transformação do conceito de moderno em cinco momentos. Em um primeiro momento, o conceito de moderno está calcado nos juízos de valor do senso comum, significando atual e bom. Esse primeiro conceito compactua de um sentido técnico da própria etmologia da palava, que vem do latim ''modernus'', significando limite da atualidade. Tal limite, segundo Hans Robert Jauss (foto abaixo), é exclusivo à atualidade histórica do presente.
No século XII, o conceito de moderno entra em seu segundo momento, como sinônimo de aperfeiçoamento. O que é novo se torna um realce do que é antigo, fazendo com que este consiga sobreviver àquele.
O terceiro momento, vem com o renascentismo do século XV, representado pela restauração do antigo, a fim de exprimir o caráter perfeito das coisas. É nesse momento que se aplica o pensamento de Jauss acerca do limite da atualidade, de modo a esclarecer que o presente não representa o novo sempre, como se isso lhe fore um direito natural. Um dia o presente será o passado e assim a modernidade um dia se transformaria em antiguidade.
No quarto momento, Charles Perrault (foto à esquerda) traz um fim ao ideal renascentista de perfeição. Durante esse momento, coexistem dois partidos intelectuais, pertencentes principalmente iluminismo: os modernes, que acretidam no progresso com base na ciência e na filosofia; e os anciens, apreciadores do valor atemporal da antiguidade.
É com os modernes que o conceito de moderno surge pela primeira vez como designador de um movimento, segundo o qual acretida-se que cada época tem seus próprios costumes e olhares para a realidade. Distingue-se duas naturezas para o que seria o belo: algo universal, que consiga transcender o tempo (beauté universelle) e algo presente e mutável no transcorrer das épocas (beau relatif).
É com os modernes que o conceito de moderno surge pela primeira vez como designador de um movimento, segundo o qual acretida-se que cada época tem seus próprios costumes e olhares para a realidade. Distingue-se duas naturezas para o que seria o belo: algo universal, que consiga transcender o tempo (beauté universelle) e algo presente e mutável no transcorrer das épocas (beau relatif).
O quinto momento é consagrado pelos chamados ''novos iluministas'', que creem no caráter futurista do moderno, que agora é sinônimo de algo bom, novo e autosuficiente. Nesse período, o moderno não se distancia do velho, mas sim do que é clássico.
O MODERNISMO
A ideia de modernismo, pragmaticamente falando, surge da ideia de criar novos mecanismos/objetos/ utensílios capazes de facilitar a vida da população média. População esta que vem de um trauma recente, as longuíssimas jornadas de trabalho que precisavam enfrentar para manter sua subsistência nos séculos XVIII e XIX.
Com esse anseio de ter uma vida facilitada é que se inicia o avanço tecnológico. A população projetora, com este avanço, ter um tempo maior de lazer, uma vida mais tranqüila, forma-se uma meta, um objetivo de vida. Um sonho comum a grande parte da população mundial, e o que traduz muito bem este anseio é a tentativa de criação de robôs que substituíam os humanos em suas atividades cotidianas. Esse é o chamado Projeto Moderno.
Já com relação às diversas artes, o que vem quebrar/romper estilos artísticos vigentes (anteriormente pensava-se “na sabedoria do passado que repousava a idade de ouro da humanidade, com iluminismo”). Surgem-se escolas com propostas novas e completamente inovadoras como é o caso do dadaísmo ou do surrealismo.
A MODERNIDADE
Para Baudelaire (foto à direita) a dualidade da arte é conseqüência da dualidade do homem, pois existem varias formas de se vê o belo em varias obras de arte. Baudelaire comenta que para decifrar as mudanças sem precedentes ocorridas no cenário urbano, acarretadas pela revolução industrial é uma tarefa difícil e que só pode ser feita por um herói.
Ser herói da modernidade significa entender de que forma os personagens apreende as informações, as novas situações da vida nas grandes cidades.
A modernidade esta na forma de como se entende a realidade das coisas, dos fatos e da necessidade de se distanciar do passado como se o passado não fosse uma semente do presente. A modernidade, portanto, pode ser entendida como uma entidade, onde o contexto e o herói se fundem para dar sentido ao que chamamos de modernidade.
Ser herói da modernidade significa entender de que forma os personagens apreende as informações, as novas situações da vida nas grandes cidades.
A modernidade esta na forma de como se entende a realidade das coisas, dos fatos e da necessidade de se distanciar do passado como se o passado não fosse uma semente do presente. A modernidade, portanto, pode ser entendida como uma entidade, onde o contexto e o herói se fundem para dar sentido ao que chamamos de modernidade.
Segundo Walter Benjamin, o homme dês foules ou multidões humanas como alguém que busca algo e não que é tomado por fascinações repentinas por um indivíduo. Já flâneur “o boêmio” não procura algo específico, ele não está atrás de nada.
Baudelaire compara a forma de apreensão do mundo de seu homme du monde (mudo do homem)com o estado de um convalescente ou de uma criança dotada de razão para quem as menores sensações são recebidas com grande surpresa e entusiasmo, ele aguça os sentidos de seu observador munindo-se de uma curiosidade sensorial que gera como que uma hiperestesia.
Baudelaire defende que o espaço do herói moderno não está vago, uma vez que este herói não é ausente, falso e nem padece de uma descrição vaga. É sim, um herói verdadeiramente moderno, na medida em que é construído da mesma matéria e com a mesma estrutura lógica da modernidade.
O aponta 4 elementos que delineiam o conceito de modernidade.
- A valorização do presente corresponde ao caráter transitório e fugido, à parcela de bela contida na ideia do belo e sua conseqüência aproximação com a ideia do Zeitgeist.
- O artiste peintre dês moeurs ou pintor de costumes como o herói da modernidade por oposição à condição de isolamento do artista na modernidade. Isolado, o herói contribui para o caráter elitista dos Movimentos Modernistas.
- A modernidade enquanto natureza da relação entre o herói moderno e o seu contexto.
- A presença da “humanidade” compreendida como imperfeição assegurando a acessibilidade da experiência estática.
_____________
REFERÊNCIA
SOBRAL, Julieta. O caldeirão moderno. Disponível em <http://wwwusers.rdc.puc-rio.br/imago/site/narrativa/ensaios/julieta.pdf>
Nenhum comentário:
Postar um comentário